MINHA MENTE TÃO TOLA

Explodem bombas do outro lado do mundo
Enquanto meus olhos passeiam
Pelas noites tumultuadas de uma metrópole gaúcha
Onde ninguém é de ninguém
E ninguém se respeita.
A cada hora, cada minuto,
Alguém é roubado, um menino é esfaqueado,
E minha mente tão tola,
Só se preocupa com as coisas do coração.
O brilho falso das estrelas da rua
Incendeia a parte romântica que não tenho
E a sensibilidade que procuro
Só se manifesta no último minuto.
O mundo lá fora é muito bonito,
Pelo menos quando é visto daqui,
Dessas cabecinhas lacradas,
Que não captam nem as ondas globalizadas.
Agora que estou no interior, e no escuro,
Aprendi a conviver com a solidão de fato,
Antes era apenas em minha mente.
Acho que vou dar um grito...
Quero dar um grito...
Mas não adianta, ninguém vai me ouvir!
Essa que aí vai passando,
Tão alegre e contente,
Como ela consegue?
“Oh, psiu! Vem cá!”
É que eu quero saber o que há com ela, como ela consegue.
Se você não entendeu, não posso te explicar,
Já ficou no ar.
Porque um bem-humorado sorridente e à vontade é tão invejante
E um engravatado contando dinheiro é tão cafona?

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